quarta-feira, 4 de junho de 2014
COMA.
Me vejo completamente na minha sombra,
Porém não sinto nada, são ilusões?
Ou talvez sejam partes de mim, virando pó enquanto desapareço...
Uma enorme porta aberta no fim do túnel,
Não me deixa passar, é uma ironia?
Ou talvez seja o limite entre viver e existir, já que para a vida não há sentido...
Perdido e cego, com o mundo nos ombros
Talvez não ser ninguém ajude, apenas um intruso.
Só vejo em preto-e-branco... escombros
Talvez a esse lugar eu pertença, ou aqui eu esteja preso.
Labinto que eu mesmo criei,
Que me faz dar voltas e voltas,
E parar no mesmo ponto que acordei...
...ou simplesmente adormeci.
As cores não batem,
Os sons não existem, não faz sentido,
Quais são os alvos,
além do que está pintado no meu peito?
Alguém me acorde, me tirem do mar,
Afundando no escuro, até sufocar,
Não consigo dormir, tão pouco despertar,
Religuem os aparelhos, devolvam meu ar.
Aumentem a voltagem do desfibrilador,
Me acertem com algo em carga máxima,
Não posso mais fingir que não há dor,
Mas não devo permanecer em coma.
Bombeiem algo quente em meu coração,
Pelo buraco onde a esperança está vazando,
Massageiem até ele entender a ação,
Já que não sei como deixá-lo funcionando.
E a dor,
Em ser,
Podem voltar a aparecer,
E o amor,
Ao meu ver,
Pode voltar a morrer.
Junior Lima.
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