sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Phoenix


E mais um dia pássaro, estamos feridos,
Com as asas e vontades despedaçadas,
Em seu ninho estamos sujos e retraídos,
Escondidos do mal, de corações partidos.

Pássaro vermelho que veio me guardar,
Não te deixarei para trás enquanto se cura,
Não te deitarei ao sono eterno sem luta,
Voarei contigo, e cairei contigo se precisar.

Não se preocupe, nobre pássaro sangue-quente,
No fim desta tempestade escura sei que veremos luz,
E esta calejada mão afagando suas penas, sente?
Estará como seu escudo, entre a espada e a cruz.

Mas não sou eterno, desta guerra eu enfim irei me despedir,
E ao contrário de você, chegará o dia que ao pó retornarei,
E logo, assim que amanhecer, você mais uma vez irá partir,
Aqui me deito ao relento, evocando o que jamais esquecerei.

Somos um só, mas por enquanto vamos nos separar,
Desta vez abaixarei a guarda, das feridas vou me tratar,
Mas vermelho, você será meu velho eu eternamente,
E eu, sempre que precisar retornarei e lutarei de frente.

Phoenix, desta vez pode ir.
Eu já aprendi a lição. Renasci.


- Junior Lima

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