segunda-feira, 21 de abril de 2014

Cópia Recursiva



Cópia de uma cópia de uma cópia vagando,
Nada é criado, apenas vem se transformando.
Traços inócuos alterados nove vezes nove,
Estático em um mundo frio que se move.

Sou mil cópias de meus ancestrais,
Preso pelo sangue que não é o meu,
Linhas tênues distorcem, anormais,
Ainda por vir, o que já aconteceu.

Destruo o mundo sem sair do lugar,
Vejo amigos que não conquistei,
Esmagando todas as rosas sem tocar,
Plantadas nos campos que não caminhei.

Fato óbvio que desmotiva,
Ser uma cópia recursiva,
Que distorceu sua geração,
Mutação, dilaceração, evolução?

Reproduzido de forma diferente,
Mil ruídos diferentes em um só,
Deixo de ser eu mesmo, um caos emergente,
Ou deixo ser eu mesmo ser, até virar pó

Me torno um nada diferente,
Me torno um nada diferente,
Me torno um nada diferente,
Me torno um nada,
Me torno nada,
Me torno,
Retorno.

Junior Lima.

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